sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os sacramentos da iniciação cristã.



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Sacramentos da Iniciação Cristã.

 Sacramento é um sinal sensível  da revelação do próprio Deus  e de sua Graça santificante no meio da Humanidade, mistério de Amor para com Humanidade
“Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que    Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória. Sabedoria que nenhuma autoridade deste mundo conheceu (pois se a houvessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória)  como está escrito:  Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4),  tais são os bens que Deus tem  preparado para aqueles que o amam”. (1COR: 2,7-9).
 A expressão maior dos Sacramentos  acontece na  pessoa de Jesus Cristo, Sacramento do Amor do Pai para a humanida e a Igreja é o Sacramento de Jesus para com toda Humanidade. Sendo esta fonte de dispensadoras dos Sacramentos e sacramentais  que nos  leva a salvação eterna.      
No livro  Doutrina Católica dos Sacramentos a autora  Eva Maria Faber nos  fala  deste relacionamento de Deus com a humanidade nos sacramento que são  quatro  pontos:
·        Preservar a Dividade de Deus
·        Preserva a humanidade do Humano
·        Revelar a Dividade de Deus ao ser humano
·        Mover a humanidade do ser humano em direção a Deus

Não importa quem preside e como preside  e a  autora ainda fala,  que quando os sacramentos são bem-sucedidos o próprio Deus age nele apesar dos nossos erros e falhas.   Sabemos que o Sacramento não é algo mágico que acontece  através de shows de luzes  ou simples gestos, mas, existe o mistério da Fé que nos revela a força de cada sacramento para os cristãos e toda a Comunidade de Fé,  e para    acontecer em nossas vidas, é necessário um caminhar reto e o  desejo constante de viver o projeto salvifico de Cristo  para toda Humanidade.          
Os sacramentos  que brota de Jesus Cristo  reúne todos os povos, não podendo haver distinção de pessoas ou raças:   “A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho.  Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade, a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus.  Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações de eternidade. Amém. (Efesios: 3, 6.17-21)

“Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito
(I Coríntios 12,13)

São Paulo demostra bem nestes texto o motivo da vinda do Cristo e ainda nos revela que não há como dividir a humanidade em eleitos ou não eleitos.  O novo catecismo da Igreja Catolica.    
“Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número de sete, a saber: o  Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual”. CIC 1210.
   2.    Batismo porta de entrada para Vida Cristã
Batizado de minha sobrinha  
Batismos:  Nos comunica uma vida nova e nos introduz no projeto de Salvação e tem estes símbolos:
·         Água: Representa a passagem da vida "pagã" para uma "nova vida". Ela tem o fator de purificação, lavando-nos do pecado original.
·         Óleo: Representa a fortaleza do Espírito Santo. Antigamente, os lutadores usavam o óleo antes das lutas para deixarem seus músculos rígidos e assim poderem vencer. Na nova vida adquirida pelo batismo ele tem a mesma função, revestir o batizado para as lutas cotidianas contra as ciladas do malígno.
·         Veste branca: Representa a nova vida adquirida pelo batismo. Quando tomamos banho vestimos uma roupa limpa, no batismo não seria diferente. Somos lavados na água e vestidos de uma nova vida.
·         Vela: Tem dois significados: o Espírito Santo e o dom da fé. Pelo batismo somos revestidos de muitas graças e a principal é o Espirito Santo, pois seremos unidos a Deus como filhos para sermos santificados e esta santificação é realizada através do Espírito Santo. A  é um dom fundamental para nossa vida, é através dela que reconhecemos Deus e por ela recebemos as suas graças.
Houve outros símbolos que foram removidos do ritual por exemplo: o Sal, o exorcismos e o efeta.
No primeiro século Didaque um dos primeiro catecismo nos relata: 
"Quanto ao batismo, batizai assim: depois de terdes ensinado o que precede, batizai em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, em água corrente; se não existe água corrente, batize-se em outra água. Se não puder ser em água fria, faze em água quente. Se não tens bastante, de uma ou de outra, derrama água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Antes do Batismo, jejuem: o que batiza, o que é batizado e outras pessoas"(n.30).
No ano de 325 d.C Hipólito nos  relata  sobre o rito do batismo de forma rica de simbolismo:
"Ouçam os catecúmenos a palavra durante três anos... escolhidos os que receberão o Batismo, sua vida será examinada: se viveram com dignidade enquanto catecúmenos, se honraram as viúvas, se visitaram os enfermos, se só praticaram boas ações... Aproximando-se o dia em que serão batizados, exorcize o bispo cada um... Jejuem na véspera do Sábado os que receberão o Batismo... Ordene-se a todos que rezem e se ajoelhem; impondo-se sobre eles as mãos, exorcizará o bispo todos os espíritos estranhos para que fujam e não tornem jamais; ao terminar o exorcismo, sopre-lhes no rosto. Depois de marcar-lhes com o sinal da cruz a fronte, os ouvidos e as narinas, ele os fará levantar-se... Ao cantar do galo, reze-se primeiro sobre a água, na fonte ou derramando-se do alto... Em caso de necessidade usa-se a água que se encontrar... Os batizados despirão as suas roupas, batizando-se primeiro as crianças. Todos os que puderem falar por si mesmos, falem. Os pais ou alguém da família, falem pelos que não puderem falar por si. Batizem-se os homens e finalmente as mulheres... " (nº 38 a 51).
Não existe cristão sem Batismo.  Pois, o batismo é a porta de entrada para o Reino de Deus, ou melhor, para sua Igreja. Quanto a formula  sigamos a formula deixada por Jesus:  “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus: 28,19).   

3.    Confirmação ou Crisma
Celebração de consagração do óleo da confirmação presidida
pelo bispo de Nova Iguaçu Dom Luciano Bergamin
Nos primeiros séculos, a confirmação constitui em geral uma só celebração com o Batismo, formando com este, segundo a expressão de S. Cipriano, um “sacramento duplo”. Entre outros motivos, a multiplicação dos batizados de crianças – e isto ao longo do ano todo – e a multiplicação das paróquias (rurais), aumentando as dioceses, não permitem mais a presença do Bispo em todas as celebrações batismais. No ocidente, visto que se deseja reservar ao Bispo a complementação do Batismo, se instaura a separação dos dois sacramentos em dois momentos distintos. O Oriente manteve juntos os dois sacramentos, tanto que a Confirmação é ministrada pelo presbítero que batiza, no rito ocidental ou latino queremos  confirma a comunhão dos batizados com  se Bispo.
Celebração de consagração do óleo da confirmação presidida
pelo bispo de Nova Iguaçu Dom Luciano Bergamin
Este sacramento conhecido como Confirmação do Batismo ou Crisma  é o ato de ungir o crismando   onde o ele recebe a plenitude dos   sete dons do Espírito Santo conforme fala  o Profeta Isaias.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. (Isaias 11,2).
A unção é feita pelo Bispo ou padre autorizado, com óleo abençoado na quinta-feira da Semana Santa, ou no caso de nossa Diocese na Celebração Regionais da Unidade.  É um sacramento instituído,  para dar,  oportunidade a uma pessoa  que foi batizada por decisão alheia e que tem, perante a Igreja, compromissos assumidos por outras pessoas em seu nome diante da pia batismal  de confirmar o desejo de ser membro da família cristã dentro da Igreja Católica e de reafirmar aqueles compromissos, depois de atingir a “idade da razão”.
Simplificadamente: a cerimônia consiste na renovação das “promessas do batismo”, mediante perguntas do Bispo, que em geral a preside, feitas em voz alta e do mesmo modo respondidas pelo crismando perante a comunidade.  Como o batismo, o Crisma também imprime caráter, podendo ser ministrado apenas uma vez a cada pessoa. Por ser um ato de afirmação de compromissos, a pessoa pode jamais receber o crisma ou, indo participar da cerimônia, deixar de confirmar esses compromissos. De qualquer modo, quem não foi crismado ou quem se recusou a renovar os compromissos do batismo, pode fazê-lo em qualquer tempo. O Crisma é, portanto, um sacramento    complementar ao batismo, já que não tem qualquer significação se ministrado a quem não tenha sido batizado, é sacramento que fala muito da força do Espírito Santo.  Um do texto que o fundamenta é:
Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações. Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um Espírito novo; tirar-vos-ei do peito,o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos. (Ezequiel 36:25-27).

4.    Comunhão Eucaristia:
Celebração Eucarística  presidida  pelo bispo de Nova Iguaçu Dom Luciano Bergamin




A eucaristia é o alimento CIC aprovado e promulgado pelo Bem aventurado  Papa João Paulo II, decreta que a Eucaristia  é o sacramento que conclui a iniciação cristã, após o Batismo e a Crisma e que recebe os nomes de Ceia do Senhor, Missa, Memorial da Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo,   Sacrifício incruento, hagadá  cristão,     entre outros. Eis alguns símbolos que  recorda este sacramento:
·        O cordeiro: amparados por uma História passada (a História do povo judeu) Jesus é o novo Cordeiro, sacrificado para a salvação definitiva de todos aqueles que Nele creem.
·        A cruz: embora tenha sido sempre, na época dos romanos, utilizada como instrumento de tortura e morte, após a crucificação de Jesus ela ganha um novo sentido para o cristão. O do sofrimento, mas também o da certeza da vitória.
·        O círio pascal: representa a luz que ilumina as trevas, ou seja, Jesus ilumina a nova História da humanidade. Possuem cravados, na cerimônia do Sábado santo, quatro “espinhos” enquanto o sacerdote afirma: eu sou o começo e o fim, o alfa e o ômega. Jesus é a nova luz, é o novo ponto referencial  para a humanidade.
·        Pão: Jesus é o pão da vida, pois quem come dese pão viverá eternamente. Jesus se apresenta como o novo alimento, aquele que dá força para que se vença qualquer batalha contra o inimigo (o demônio, para alguns).
·        O vinho: Tanto o pão como o vinho alimenta o homem espiritualmente, visto que, o pão é a carne e o vinho é o sangue de Jesus após a consagração dos mesmos na Eucaristia. Símbolo bem apresentado na última ceia – Quinta-feira Santa.
·        A água: Como na maioria das religiões a água tem um sentido de purificação, lavagem, limpeza etc. Quando se afirma que de Jesus saiu água ao ser crucificado, a humanidade deve sentir-se limpa pela água que brota da melhor e pura fonte, água da vida. Quem bebe dessa água nunca mais terá sede.
Todo o ensinamento sobre a eucaristia passa pelo  texto abaixo e  nos envolve neste mistério de  nos alimentarmos do próprio Cristo ainda hoje,  ele o Senhor se torna Pão e vinho no altar pelas mãos de um simples mortal. Todos os sacramentos apontam para a Eucaristia,  revelando  e que nos trazendo para o nosso meio o próprio Senhor e  devemos receber sempre que possível,  ao contrário do Batismo e da Confirmação que só podem ser recebidos uma única vez na vida.  
Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente. (João 6,53-58)
Os Diáconos preparando a mesa para Oração consagração
do Pão e do vinha 

A Eucaristia no primeiro século consistia de uma refeição comum onde todos participavam incluindo as crianças de colo,  já que era uma refeição familiar.  Era o ágape[1]. dos irmãos (sem pegar carona com padre Marcelo Rossi) mas  podemos citar:  
"Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum.  Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação". (Atos:  2,42-47)
Essa foi a marca da Igreja durante os seus primeiros dias, a vida em comum a comunhão uma experiência única,  a comunidade formavam um só  Corpo,   vivendo  um projeto de comunhão na Terra para   continuá-la na glória dos  céus. 
A Eucaristia  na Igreja Católica é  Jesus vivo,  ressuscitado e pleno com  a sua humanidade e Divindade  e  o  alimento essencial  para vida  de toda a  Comunidade. Ele  assim    determina,  nos textos acima e na  instituição do sacramento. E são Paulo nos recorda toda  a ceia no texto aos corintios nos revelando como deve ser  a celebração da Eucaristia.   O texto abaixo é  mais antigo  relato  da forma de celebrar a Eucaristia.    

Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. (I Coríntios 11,23-26 )
Mas os evangelho sinóticos também nos traz um relato da última ceia e de como Jesus  institui a Eucaristia, demonstrando  é o sacramento que é uma ordem direta do Senhor. 
Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós...  (Lucas; 22,19-20)

Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lhes, e todos dele beberam. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lhes, e todos dele beberam. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos. (Marcos 14,22-24)
Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados. (Mateus: 26,26-28)

Enquanto os relatos da ceia dos evangelhos recebem a influencia   da comunidade para quais foram escritos os textos de 1º corintios tem a finalidade de orientar  como se deve celebra a ceia. Embora tenhamos nos textos do evangelho um adiantamento do momento da ceia e também do dia. Sabemos que celebração da ceia da páscoa judaica   se dá no sexto da  para o  sábach e nunca no quinto dia da semana.   Neste sentido se diz ,que tais relatos evangélicos tem mais  o  sentido  teológica que um fato histórico em si.   E revela em toda ceia um carisma de despedida,  de fim de missão ou ainda o inicio de uma nova fase na  vida do Homem Deus Jesus de Nazaré.  No pensamento bíblico não existe uma divisão do corpo e da alma, pois Deus cria o ser humano em uma unidade  não    nunca na dualidade ou conflito de mundos: o espiritual e o material.    

O Didaque nos Fala da ceia neste sentido:
1 Celebre a Eucaristia assim:
2 Diga primeiro sobre o cálice: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre".
3 Depois diga sobre o pão partido: “Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre”.
4  Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre".
5 Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor pois sobre isso o Senhor disse: "Não dêem as coisas santas aos cães".  (Didaquê 9)

1 Após ser saciado, agradeça assim:
2 "Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
3 Tu, Senhor onipotente, criaste todas as coisas por causa do teu nome e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna através do teu servo.
4 Antes de tudo, te agradecemos porque és poderoso. A ti, glória para sempre.
5 Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre.
6 Que a tua graça venha e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel, converta-se quem é infiel. Maranatha. Amém."
7 Deixe os profetas agradecerem à vontade. (Didaquê 10)

 Todos os textos eucarísticos da Didaquê (que são instruções, organização da comunidade em marcha) têm um sentido de louvor: invocação ao Pai; motivo do louvor; efetuação do louvor: “a ti a glória, por tudo te bendizemos” e o povo responde “amém”.
A motivação da beraká é o alimento material, símbolo do alimento espiritual que é vida-fé-conhecimento e imortalidade-vida eterna, produzido por esse alimento pela mediação de Cristo.
Ao final, faziam-se as petições – preces que eram semelhantes à prece que está em Jo 11,52.
A Didaquê enfoca muito o “conhecimento”, no sentido sapiencial joanino: é a Páscoa judaica que se universaliza, é a nova bênção pascal que “conhecemos” mediante Cristo.
A Didaquê chama a essa celebração de fração do pão, após a qual havia uma refeição de caráter religioso, que tinha um sentido de espera: vigiar esperando a volta do Cristo.
Num esquema geral, a Eucaristia manteve a seguir uma estrutura que poderia ser esquematizada assim:
1.    Leituras;
2.    Homilia;
3.    Preces comuns;
4.    Abraço da paz;
5.    Apresentação dos dons;
6.    Oração eucarística (do presidente);
7.    “Amém” (do povo);
É uma liturgia simples, toda ela impregnada de grande autenticidade, oração dos pobres que se dirigem ao Pai.
A  Tradição Apostólica,  no ano de  200 e 215   S. Hipólito, faz   referência à Eucaristia e uma  oração eucarística conta a obra redentora de Cristo, enviado do Pai e, em meio a essa hagadá, se faz o memorial do Senhor. Transcrevemos  o texto da Tradição Apostólica que relata a Oração Eucarística
 Os diáconos, então, oferecer-lhe-ão o sacrifício e ele, após impor suas mãos [sobre o sacrifício] dará graças, juntamente com todo o presbitério, dizendo: "O Senhor esteja convosco". Todos responderão: "E com o teu espírito". [Dirá:] "Corações ao alto". [Responderão:] "Já os oferecemos ao Senhor". [Dirá:] "Demos graças ao Senhor". [Responderão:] "Pois é digno e justo". Em seguida, prosseguirá: "Nós te damos graças, ó Deus, por teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos enviaste nos últimos tempos, [Ele que é nosso] Salvador e Redentor, porta-voz da tua vontade, teu Verbo inseparável, por meio de quem fizeste todas as coisas e, por ser do teu agrado, enviaste do céu ao seio de uma Virgem; aí presente, cresceu e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Cumprindo a tua vontade, obtendo para ti um povo santo, ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento todos aqueles que em ti confiaram. Se entregou voluntariamente à Paixão para destruir a morte, quebrar as cadeias do demônio, esmagar o poder do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e trazer à luz a ressurreição. [Ele] tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: 'Tomai e comei: isto é o meu Corpo que será destruído por vossa causa'. [Depois,] tomou igualmente o cálice e disse: 'isto é o meu sangue, que será derramado por vossa causa. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória'. Por isso, lembramos de sua morte e ressurreição e oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças por nos considerardes dignos de estarmos na tua presença e de te servir. E pedimos: envie o teu Espírito Santo ao sacrifício da Santa Igreja, reunindo todos os fiéis que receberem a eucaristia num só rebanho, na plenitude do Espírito Santo, para fortalecer nossa fé na verdade. Concede que te louvemos e glorifiquemos, por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na tua Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".
 O domingo, conforme o que apreendemos da Didaquê, é o dia por excelência da celebração eucarística, embora não devamos dar o mesmo sentido de dever dominical que atualmente possuímos, pois as condições sociais e políticas da época não permitiam aos cristãos estabelecer um dia rigorosamente determinado para as suas reuniões, pois também tem sentido do primeiro dia consagrado a Deus e é o Dia da Ressurreição do Senhor.
 ·        Algumas observações Históricas sobre a Eucaristia:
A)    Antes do século IV
Era celebrada nas casas: “missa doméstica”, sendo sua parte eucarística da seguinte forma:
Introdução;
Ação de graças e louvação (do Prefácio);
Narração da instituição;
Anamnese;
Epiclese;
Doxologia;
Fração do pão.
B)    Do século IV ao V – Época  das basílica
A Igreja se enche de pompas, a hagadá se transforma em construções grandiosas de Cânon que culminam com os apoteóticos “Sanctus”. A celebração perdeu o sentido familiar de fração do pão entre os irmãos.
C)    Do século VI ao VII
É dada toda importância ao luxo e pompa. É o período em que se confunde o poder temporal com o espiritual. Surgem a mitra, o báculo, o anel, o cálice de ouro, tirando a beleza simples da fração do pão, do memorial do Senhor. Não há evolução no ritual. É a chamada “missa papal”.
D)    Do século VIII a XI
Os bárbaros invadem a Europa e o sentido do mistério da Eucaristia é impregnado de um significado quase supersticioso. O cânon – oração eucarística – passa a ser dito em voz baixa. Eucaristia ligada a “missa dos afetos”.
E)    Do século XII a XV
O povo já não sabe o latim, nem mesmo os padres. Os gestos e as palavras na liturgia vão perdendo sentido. Agora é apenas “assistir” à missa.
Faz-se genuflexão durante e após o cânon.
A participação do povo era apenas pelo “Amém”, após a hagadá, que já não era hagadá, pois perdeu esse sentido. O povo não tinha verdadeira consciência do que o sacerdote tinha dito no cânon. A elevação das espécies sagradas entre aclamações supersticiosas da assembléia. Elevação das espécies levava alguns minutos e o cálice tinha uma incrustação de vidro para que as pessoas vissem o “sangue”. Era feita a incensação das espécies.
  F)   Do século XVI a XX.
         No século XVI se inicia a reforma protestante e Igreja reage  criando  os seminários para melhor formação do seu clero  e   declara o dogma da Transubstanciação e  se define a questão do cânon Bíblico e o numero de sacramentos. No século XX o no grande Concilio do  Vaticano II, a Igreja  resgata o sentido da refeição  fraterna e  permitiu a uso da língua local para celebração da Eucaristia e  resgatou definiu  a existência da mesa da Palavra e da Eucaristia nas celebrações das missas.  E o santo Bem aventurado João Paulo segundo  em uma das suas carta nos fala: 
  O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã »Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ». Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.  (Bem Aventurado Papa João Paulo II, Carta enclica  Ecclesia de Eucharistia)
 5.    Conclusão. 
Existe muito mais que se pode escrever e dizer sobre os  sacramentos. Existe a questão da historicidade, da  Mística e até mesmo a  pratica sacramental  nos dias de hoje na sociedade que aos poucos foii perdendo a noção do sagrado e do profano e tenta neste inicio de milênio decretar o fim da religião como algo bom.  Contudo  para todos  aceitam a dinâmica de uma experiência de amor ao próximo, o serviço aos menos favorecidos e vivem o projeto da construção do Reino de Deus nesta nossa realidade é essencial a força destes sacramentos  para conseguir  cumprir essa missão.
Cristo  o senhor da História nos garante:  
Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi,  eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mateus: 28,20)
    
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA. 
FABER,  Eva-Maria. Doutrina Católica dos Sacramentos. Wissenschafliche. Edições Loyola,2002
SCHMAUS.Michael / Tradução Versiani.Marçal. A Fé da Igreja, 2º edição. Vozes Petrópolis 1982,VOLUME I
 CIC. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Editoras Vozes, 1993.


SITE:
       
http://www.pastoralis.com.br  em 25/06/2011 em 24/06/2011
        
        
 http://www.bibliacatolica.com.br   em 25/06/2011.


[1] Refeição que durante os primeiros séculos do Cristianismo os fiéis tomavam diariamente em comum.

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