sábado, 6 de outubro de 2012

O Cristo Inconstante.

Meu irmão menor, minha irmã querida.
Eu sei que as coisas andam difíceis para você, e que desde aquele seu encontro comigo, nas muitas vezes que você tem me encontrado em si mesmo, nos seus irmãos e irmãs, nem tudo correu como naquele mar de rosas, as coisas do passado voltam com maior intensidade, e você sente que a batalha de construir um mundo novo, começou a se tornar mais difícil do que você imaginava.
Ontem você disse que tinha vontade de largar tudo. As reuniões de famílias  se tornaram insípidas, a lembrança do passado começa a recrudescer e a martelar sua consciência, e você sente agora mais ansiedade e confusão do que antes de me haver encontrado.
Em suma, devo concluir que eu atrapalhei. Eu atrapalhei sua vida, desculpe-me, eu pensei que era suficientemente imenso para encher seu coração de jovem, pode ser que eu tenha me enganado. Quem sabe não era a mim, que você buscava, cá entre nós, honestamente, depois que você me encontrou, as coisas se tornaram mais difíceis não é verdade? Você que era um vagão, de repente se viu transformado em locomotiva. Você que na sua despreocupada preocupação, via o mundo passando ao seu lado, limitando-se a criticá-lo, foi obrigado a entrar nele e assumir a responsabilidade, das mesmas coisas pelas quais o criticava...
Que é que está havendo com você?
Que é que está havendo entre mim e você?
Isso, exatamente, entre você e eu, nos meu e nos seus irmãos?
Será mesmo que tudo passou?
Que aquele encontro, aquele êxtase do nosso encontro, sedeu mais uma vez lugar à sua inconstância?
Que foi que eu fiz? Será que menti para você, quando disse que as coisas não iriam mudar, mas que se você mudasse tudo seria melhor? Onde é que eu errei pra você ir se afastado de mim? Não foi o acaso que me coloquei no seu caminho, eu quis me colocar nele, desde o seu batismo e de sua primeira comunhão. Eu sentia saudades de você, eu esperei que aos 16, ou aos 18 anos você quisesse pessoalmente confirmar a sua adesão a minha causa, mas não o crismaram, e se o fizeram você não assumiu a responsabilidade e nós fomos nos distanciando um do outro, pouco a pouco, progressivamente, até que de mim em você, restou a imagem de um bailarino na cruz...longe...alheio a você e aos seus problemas
Você não disse, mas me achou  adulto demais, quadrado demais fora da realidade. Eu que estou em todas passei a ser goiaba pra você e eu não gosto que me deixe isolado. Porque desde o principio com o Pai e o Espírito Santo eu vivo em comunidade. Não sei se você me entende, eu não precisaria de você. Mas eu quis precisa, eu sou assim eu preciso amar. É minha essência, preciso me doar,  preciso fazer alguém feliz, os filhos de meu Pai.
Eu sou o amor, é por isso que me tornei homem,  mais do quer qualquer um eu dei o meu sangue até a última gota, quando bastava ter sorrido. É muito mais fácil sorri  do que morrer na ignomia. E eu escolhi isso e você pensa que foi por causa de mim, quase um gesto de vaidade de fraquismo  translocado.
Experimente para ver!
Eu passava por você naquela cozinha, naquela copa insípida, naquele bar, naquela boate, naquele cantinho escuro a dois, dentro daquele carro onde ninguém via, naquela rodinha de amigos,  na esquina, no seu quarto mal organizado, na sala de televisão. na rua ao léo e via você reclamando do mundo desgostoso de si, dos adultos. Ouvia você,  rindo  sem vontade de ri, agarrando-se desesperadamente  a  um parceiro,   no baile ou em um cantinho escuro em busca de amor, trocando de namorado, de namorada a cada instante discutindo com seus Pais a ponto de levá-los ao extremo da irá ou das lágrimas e não contribuindo em nada para harmonia do lar.
Ignorando seus irmãos, buscando amores fora onde o valorizasse mais. Assumindo ares de adulto  coisa que você não era ou insistindo em atitudes infantis que já não tinha cabimento na sua idade.
Eu  pensei,  que  era eu que faltava em tua vida, eu levei isto tão a sério, que rodeie o seu caminho e fui apertando o cerco. Eu precisava atingi-lo, sem parecer pedinte, tinha que encontrá-lo em pé de igualdade, eu não queria força como ditador, ou suplicar como desprovido. Aquele padre, seus pais, aquele amigo, aquela amiga, todo mundo falou de uma coisa bárbara estupenda que havia acontecido com eles. E você veio, é eu achei você interessante naquela noite que você começou a perceber que eu tinha estado em sua vida por todo esse tempo.
Yahoo você disse:  Bárbaro!  Cristo você é bárbaro, chefão você é bacana!
Depois, nos dois choramos, você  porque descobriu que era amado e eu  que mais uma vez através dos meus irmãos tinha feito a vontade de meu Pai.
Você era,  um vulcão de amor. Lembra-se: Você saiu de lá com uma vontade imensa de abraça o mundo, beijar seus amigos e amigas, seus pais, seus irmãos e sem  medo nenhum você chorava por causa de mim e todo mundo viu você chorar, todo mundo viu você emocionado por causa de mim.
Subitamente, senti que podia contar com você, que meu sangue mais uma vez não tinha sido derramado inutilmente, que meu sacrifício teria continuidade, eu me tornei você e você se tornou Cristo
Eu sabia que muitas vezes você tinha sido inconstante,  como se é  em ser jovem. Mas, eu quis correr o risco, afinal eu queria precisar de você para mostra o mundo quem eu era. Eu acho que fui sincero com você, eu disse que nem tudo seriam rosa, eu não apertei o cerco pra depois agir com você de maneira paternalista, sou paterno, sou fraterno, mas nunca paternalista.
Eu não prometi,  que você não teria mais tentações, eu não prometi que mudaria seus pais  para você, eu não prometi que seus colegas de grupos, ou de escolas seriam levados pelos seus arrebatamentos. Eu não prometi  de imediato resolver aquele problema que o humilha, eu não prometi,   que a garota ou o rapaz que feriu o seu coração ou com quem você assumiu uma responsabilidade  que ainda não poderia assumir iriam aceitar o novo você. Eu não prometi a você minha irmã, que você iria  mais facilmente conseguir um namorado ideal. Eu não prometi a você que já tinha um namorado  que o namoro iria y fato ser ideal. Eu não prometi nada disso.
Eu disse a você que você iria cair de novo se não desse tudo de si pra viver a nova vida, eu disse que estaria ao  seu lado ajudando sempre que preciso.
Eu disse, que o mundo não iria mudar que as guerras continuariam espocar, que a rudeza continuaria a ferir que as criticas que  o rebaixa  continuaria a existir. Que os olhares de malícia continuaria a procurá-lo, que haveria pessoas em busca da sua bondade ingênua, rapazes  em busca de seus físico de menina moça, meninas em busca de sua masculinidade. Desorientados em busca de muleta humana, adultos em busca de pontos falhos com que deprimi-lo, corrupção,  incoerência,  falta de amor por toda parte.
Eu disse que você poderia sublimar alçar vôo  acima de tudo isso  se   tão somente quisesse como Cirineu, como  Verônica  levar comigo a cruz que me pesa tanto. Enxugar meu rosto dos escarros e palavrões, revistas obscenas, conversas pútridas,  ações canibalescas neles laçam em nome de arte ou cultura.
Mas o encanto passou,  e agora o amigão o cristo belo o companheiro que eu quis e quero ser, esta perdendo o sentido pra você. Desculpa, se estou virando rotina. Honestamente,  eu não tenho culpa daqueles seus fracassos no apostolado, daquele namoro que não deu certo,  daquela hipocrisia de adultos que dizia,  que o cristo estava neles,  da falta de caridade dos   colegas seus que disseram haver me encontrado, dos ismos que inventaram em nome de cristianismo. De você voltado a ação só ou acompanhado, a ação que você pensou que não aconteceria mais depois  de haver me encontrado. Eu não tenho culpa de seus pais não serem tão autênticos como você esperava eles são humanos, você também é. Eu estou aceitando você com todos os seus percalços. Eu aceito você, porque só você não se aceita?   

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